sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Confissões de um playboy entediado

~ Patrício Ricardo, o jovem ~

Não falo de boca cheia, mas como estes são apenas pensamentos, tudo bem.
Minha família parece gostar de mim, talvez pela expressão vivaz após o primeiro dia na empresa. Vou reclamar do que? Tenho um emprego maravilhoso - Diretor do holding do meu pai - o velho escolhe apenas os mais capacitados. Capacidade? Nem sempre. One rule for us, for you another.
Camarão ao molho rosé. Pois é, comida não falta nesta casa. Falando em emprego, a cozinheira da família é uma deidade encarnada. Banquetes e mais banquetes e eu aqui, pensando que ela poderia ser modelo.
Beleza. Ter alguém para chorar e sorrir lado a lado representa a arte de viver. Estão todos convidados a desfrutar da minha festa de noivado, afinal já são nove anos de amor. Não sou um Apolo-deus-das-artes, mas sei escrever, tocar piano, guitarra... O que mais alguém como eu iria desejar?

(Quando a mente entra em transe por comodidade, a surpresa enlouquece o ser)

O que mais? Ah, eu vou lhe dizer. Quero mesmo é pegar aquela guitarra velha, comprar um kit de cordas na loja mais renomada, um amplificador, microfones e voila: Fama! Minhas composições com letras de fácil assimilação dominarão as rádios populares, levantarão a juventude e alçarão o meu nome às estrelas.
O despertar numa cama com três ou mais mulheres sobre King Sizes acoplados - Haveria coisa melhor? Café da manhã seria batata frita, Whisky 18 anos e orgias de revirar o estômago. Paparazzi na janela cobre tudo e faz o nome de Richard Patrini ganhar as capas das revistas de futilidades. Futilidades! O que mais alguém como eu iria desejar?
Pensando bem, para que uma namorada só? Quero todas, pois eu posso ter todas! Em breve serei o CEO daquela empresa caduca. Brevemente venderei aquela fantasmagoria familiar. Venderei o meu nome de familia, assim terei presidência da minha própria vida. Esta, acelerada e multiplicada, dará lucros à minha imagem de tal forma que aparecerei nas colunas sociais pregando cretinices bem aceitas pelos aristocratas.
Iria reclamar do que?

( E agora, Patrício? A festa acabou?)

Direita ou esquerda, voz da consciência?

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Peço perdão pela baixa qualidade do texto, pessoal. Terminá-lo com quatro perguntas pode ter sido um erro fatal. Além do mais, inspiração zero.
Até.

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