A realidade prega peças
Despeço-me do óbvio do belo
Reconheço-te em quintessência
Pelos fios densos esvoaçantes
[Em tarde de verão
Um golpe de luz e uma fração do teu olhar
Um verso de humanidade para compensar
O que há de divino em ti, marcante
Convidativo sorriso de eternidade
E, ao sentir tua aproximação,
Senti que havia algo como asas
Além dos cabelos, ao vento digno
E teu olhar me sorriu mais uma vez
Obra de algum divino devaneio
Digno de algum inspirado madrigal
Reveste-se à luminescência
De tua voz transcendental
Asas - o seu misterioso porquê
De tocar o vento e abençoar meu tempo
Para olhar teu rosto inclinado
Às doces vontades do porvir
Todavia, o porquê das asas!
É celestial azul, olhos teus...
Se misturam à Natureza
E iluminam o dia dos que podem sonhar