terça-feira, 18 de maio de 2010

Faz sentido.

Olhando novamente para o nada? Cá entre nós, pouco nobre mirar um pedaço de cor morta usando, na verdade, esta sua franzida e forçada linha junto a sobrancelha.
Espere, cale-se. Não há homem que não se torne às lágrimas. Pense bem, seu corpo me leva a conclusões mórbidas, tal como se fosse uma corredeira de grãos de areia desfacelando pelo sofá. Que tristeza, hein? Quer mais?
O pior neste caso é o fato de você estar viva. Suicida de terceira linha, daquelas que formulam clichês bem aceitos. Nada pode ser feito, você está condenada a vagar com os olhos frente ao corpo. Ou corpos. Quem mandou não fazer o que poderia ter sido feito? Vice-versa idem, estagnada e constante do meu tédio.
Nas últimas noites, confesso, você fez o certo. Envolveu-me com o ápice de suas mentiras amanhecidas. Sabedoria e coragem. Gritou alto que eu estava sob o seu domínio, mas sequer consegui enxergá-la. Alma penada! Perdeu a voz.
Aceita um café? Vamos sair depois? De que adianta mover meus braços para destinos incertos como se fosse um robô se nada do que pretendo para com a sua pessoa faz sentido? Apesar do desejo, minhas mal traçadas linhas de lamento não deixariam eu me tornar o demônio da sua não-existência. Haja ego, pecador.
Menina dos olhos de vapor, levante-se. Um momento a mais de prosa e teremos o triste fim de todos os casais que nunca o foram. Por fim, antes que haja aurora e despertar deste sonho, saiba que tudo isto faz um sentido danado. Porque sabemos bem que danado é o condenado. E que eu hei de desfrutar desta prisão como se fosse a minha casa. Amém.


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...?

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